Entre os temas dos trabalhos que serão
apresentados estão masculinidades, redução de danos com abordagem de gênero, e
protagonismo feminino
O Instituto
PAPAI, como uma ONG que atua com base em princípios feministas e defende a
ideia de que uma sociedade justa é aquela em que homens e mulheres têm os
mesmos direitos, se fará representado por alguns pesquisadores de sua equipe na 18ª
Reunião da Rede Feminista Norte e Nordeste de
Estudos e Pesquisa sobre a Mulher e Relações Gênero – REDOR. Os membros do
Instituo PAPAI apresentarão artigos científicos que tratam, entre outros temas,
sobre masculinidades, redução de danos com abordagem de gênero, e protagonismo
feminino.
A 18ª REDOR tem início nesta segunda, 24, na Universidade Federal Rural
de Pernambuco e segue até a próxima quinta-feira, 27. O público presente vai poder
conferir apresentações de artigos científicos nos núcleos e grupos de trabalho,
oficinas, minicursos, além de mesas de debates e programação cultural. A
programação do evento pode ser conferida no site: http://www.ufpb.br/evento/lti/ocs/index.php/18redor/18redori/about
.
Na REDOR, o Instituto PAPAI também disponibiliza um stand, no térreo
do CEGOE, onde o público poderá encontrar livros, cartilhas e materiais de
campanhas encampadas pelo Instituto, bem como camisas desses projetos. Confira
abaixo os resumos dos trabalhos que serão apresentados por membros da equipe do
Instituto PAPAI:
O "macho" na publicidade brasileira: análise do
ideal de masculinidade
Wellthon Rafael Aguiar Leal
Mariana Azevedo
Resumo: O presente trabalho pretende analisar como a mídia brasileira vem tratando o ideal do que é ser homem na sociedade. Através da análise de propagandas publicitárias do horário nobre da TV aberta brasileira, foi discutido como a publicidade tem trabalhado o binarismo de gênero, a sexualização dos corpos femininos e masculinos, e como os sujeitos masculinos e femininos tem ocupado posições de poder no imagético da mídia brasileira. Através da análise de discurso pontuaremos como o “ser macho” é estabelecido no discurso midiático em contrapartida ao que é ser mulher no contexto brasileiro. Apresentamos também a problemática das posições de poder e não democratização da mídia no Brasil que garante não apenas um poder midiático concentrada em algumas figuras masculinas no país, mas legitima um empecilho a discussão dos problemas sociais apresentados na mídia assim como impede uma futura solução para o quadro a ser apresentado no trabalho.
Wellthon Rafael Aguiar Leal - Aluno do bacharelado em Ciências Sociais da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); estagiário do Instituto PAPAI.
Mariana Azevedo - Coordenadora Geral do
Instituto PAPAI; Professora substituta do Departamento de Sociologia da UFPE;
Mestre em Sociologia pelo Departamento de Pós-graduação em Sociologia pela
UFPE. Tendo sindo orientadora dos demais autores deste artigo.
Novas práticas de cuidado na saúde mental e sua
repercussão na vida familiar do usuário de álcool e droga: uma abordagem de
gênero. [1]
Eloah Maria Martins
Vieira[2]
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo
discutir o impacto causado na vida familiar de usuários/as de álcool e/ou
drogas frequentadores/as de um Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e
outras Drogas (CAPSad). O argumento apresentado é o de que, no âmbito familiar
é a mulher adulta (esposa, mãe ou filha, dependendo da posição ocupada) que
arcará com a responsabilidade de cuidar dos familiares com transtorno mental e
/ ou transtorno provocado pelo uso de álcool e/ou drogas. Tais circunstâncias
acabam por gerar novas configurações na rotina familiar e / ou residencial e
devem ser refletidas à luz das questões de gênero. Para problematizar a
situação em foco, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas e
questionários respondidos por usuários/as de álcool e/ou drogas
frequentadores/as de um CAPSad na cidade do Recife. Neste trabalho a análise
terá por base os relatos obtidos sobre as famílias e / ou unidades domésticas
dos/as referidos/as usuários/as.
Palavras-chave: gênero.
família. cuidado. usuários/as de álcool e droga.
[2] Aluna do bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE); estagiária do Instituto PAPAI. eloah@gmail.com.br
Programa Bolsa Família: rupturas e permanências na
manutenção do status e poder masculino.
Rebecca Batista de França[1]
Eloah Maria Vieira[2]
Resumo: Como parte do Plano Brasil Sem Miséria, em 2003 o
Governo Federal brasileiro implementou o Programa Bolsa Família (PBF). Este é
um programa de transferência condicionada de renda que objetiva diminuir as
desigualdades sociais no país. A finalidade deste trabalho é investigar se
através de políticas públicas que dão preferência às mulheres no recebimento do
benefício, a exemplo do Programa Bolsa Família, há enfraquecimento do papel de
chefe e provedor do homem e fortalecimento e empoderamento da mulher, muitas
vezes dona de casa, dependente e cuidadora. Para tanto, focamos no discurso
masculino. Realizamos entrevistas semi-estruturadas com 10 (dez) homens
em situação de pobreza, que são parentes de mulheres beneficiárias do PBF e
moradores da zona oeste de Recife. Além disso, estão programadas entrevistas
semi-estruturadas com 6(seis) agentes comunitárias da saúde da mesma
região. As reflexões deste estudo estão sendo construídas a partir da
articulação entre o referencial teórico, dados oficiais de instituições
governamentais e os dados coletados na pesquisa de campo. Desta forma,
pretendemos construir um panorama das possibilidades de transformações ou não
nas relações de gênero, o que incluiu análise das masculinidades e do status
masculino, a partir da influência de políticas públicas como o Programa Bolsa
Família. Até o momento, baseado nas entrevistas com os homens,
percebe-se que benefícios, como o Bolsa Família, são entendidos como apenas uma
ajuda, de forma que não causam grandes alterações nas relações desiguais de
gênero.
Palavras-Chave: Masculinidades. Políticas públicas. Status
masculino. Gênero
[1] Graduada em História- UFPE. Cursando
Especialização em Educação em Direitos Humanos- UFPE. Educadora social
-Instituto Papai.rebeccabfranca@gmail.com
[2] Graduanda do bacharelado em
Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); estagiária do
Instituto PAPAI. eloah.martinsvieira@gmail.com
Masculinidades e o descumprimento da “lei do
acompanhante”
Gabriel Ferreira de Brito[1]
Eloah Maria Martins Vieira[2]
Mariana Azevedo[3]
Resumo: Este trabalho objetiva analisar os motivos que
levam ao descumprimento da lei 11.108/2005 (lei do acompanhante) em
maternidades públicas e conveniadas ao SUS na Região Metropolitana do Recife e
outras cidades nos casos em que homens foram escolhidos pelas parturientes como
acompanhantes. Por meio de entrevistas presenciais e coleta de relatos pela
internet, profissionais de saúde de maternidades públicas e conveniadas ao SUS
na Região Metropolitana de Recife e usuários/as de serviços de saúde de
diferentes cidades brasileiras, respectivamente, forneceram dados para que tal
pesquisa, realizada pelo Instituto PAPAI e pelo Núcleo de Pesquisa em Gênero e
Masculinidades da Universidade Federal de Pernambuco (GEMA/UFPE), pudesse se
desenvolver. Nas entrevistas e relatos, vários motivos foram alegados para
explicar o descumprimento da lei do acompanhante. O que nos chamou mais atenção
foi o argumento segundo o qual, os homens (quando eram eles os acompanhantes),
não gostariam de ver suas “esposas” despidas na presença de outros homens.
Logo, aceitariam não acompanhar suas parceiras para não possibilitar que outros
homens fossem acompanhantes e consequentemente vissem a sua companheira e
demais mulheres desnudas. Parece-nos que nestas situações, a autoridade masculina
sob os corpos femininos pode parecer estar ameaçada, mas, na verdade, é
reforçada por tais argumentos. Neste sentido, argüisse aqui, que não basta uma
política pública para resolver o problema do descumprimento desta lei, tampouco
seriam reformas estruturais, como a construção de leitos individuais, que
resolveriam este problema; mas sim, uma ressignificação simbólica das esferas
culturais referentes às masculinidades, às relações de gênero e ao cuidado.
Palavras-chave:
masculinidades. gênero. lei do acompanhante. autoridade masculina.
[1] Aluno
do bacharelado em Ciências Sociais do Departamento de Ciências Sociais da
Universidade Federal Rural de Pernambuco; membro do Grupo de Leitura do Mal de
Arquivo (GLDMA) da Universidade Federal de Pernambuco e também membro do grupo
de estudos Curupiras: colonialidades e outras epistemologias (UFPE-UFRPE);
bolsista FACEPE com o projeto Gênero e Pós Colonialidade nas Universidades
Federais de Pernambuco.
[2] Aluna
do bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE); estagiária do Instituto PAPAI.eloahmartinsvieira@gmail.com
[3] Coordenadora
Geral do Instituto PAPAI; Professora substituta do Departamento de Sociologia
da UFPE; Mestre em Sociologia pelo Departamento de Pós-graduação em Sociologia
pela UFPE. Tendo sindo orientadora dos demais autores deste artigo.
O protagonismo da mulher em Orange Is the New Black
Wellthon Leal
RESUMO: O artigo
apresenta um diagnóstico da inserção da mulher no setor audiovisual
norte-americano, bem como sua atuação em papeis de destaque, utilizando-se
da série Orange Is the New Black como plano de fundo e referência para
pontuar a necessidade e a importância da igualdade de gênero. Através de
estudos do Center for the Study of Woman in Television & Cinema e de
Marx Weber e Theodor Adorno, concerne-se a introdução da mulher no mercado
de trabalho e é demostrada sua atuação na indústria hollywoodiana.
PALAVRAS-CHAVE:
protagonismo da mulher; Orange Is the New Black; séries: igualdade de
gênero.
Wellthon
Rafael Aguiar Leal - Aluno do bacharelado em
Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); estagiário do
Instituto PAPAI.
Serviço:
18ª REDOR (Apresentação de artigos dos integrantes do Instituto PAPAI)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
De 24 a 27 de novembro
Comentários
Postar um comentário