No Brasil, onda de homofobia atinge a população e candidatos à Presidência parecem desconsiderar a relevância do tema em seus programas de governo
Segundo
relatório do Grupo Gay da Bahia, 40% dos crimes homofóbicos registrados no mundo
acontecem no Brasil
Às
vésperas da eleição presidencial, a população LGBT brasileira sofre com uma
onda de episódios homofóbicos nos diversos estados do país. Em Goiás um jovem
gay de 18 anos foi encontrado morto por estrangulamento, com pernas e braços
quebrados e um bilhete na boca que dizia "Nós vamos acabar com essa
praga!". No Rio Grande do Sul, o Centro de Tradições Gaúchas – CTG, centro
cultural que sediaria um casamento igualitário coletivo, foi incendiado e
testemunhas afirmam ter visto homens ateando fogo ao local. No Rio de Janeiro,
um pastor evangélico fundamentalista classifica a homossexualidade como escolha
e afirma que 50% dos homossexuais foram sexualmente abusados quando crianças.
O Grupo Gay da Bahia (GGB)
registrou 312 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil em 2013,
média de uma morte a cada 28 horas e só em janeiro de 2014 foram documentados
42 homicídios. De acordo com a entidade, o país continua liderando o ranking de
crimes cometidos contra LGBT, concentrando 40% dos delitos deste tipo cometidos
no mundo.
Na contramão destes agravantes
dados, o Projeto de Lei 122/2006 que tramitava na Câmara dos Deputados e que previa a
criminalização da homofobia, através da sua equiparação com racismo (tornado
crime desde 1989), foi arquivado após pressão da bancada fundamentalista que
justificou que o tema deve ser debatido junto à reforma do código penal, ainda
que tal debate não tenha sido iniciado. Em todo o país, movimentos sociais têm
realizado protestos frequentes para que o tema seja debatido e a homofobia
criminalizada.
Questionados sobre a situação da
população LGBT e sobre os altos índices de homofobia no país, os três
principais candidatos à
Presidência, que disputarão o pleito através de eleição direta no dia 05 de
outubro, Dilma Roussef, Marina Silva e Aécio Neves, eximem-se da
responsabilidade sobre o tema, que não aparece em nenhum dos três programas de
governo. Apenas a candidata do Partido Socialismo e Liberdade, Luciana Genro,
que aponta em quarto lugar nas pesquisas, empatada com um pastor evangélico, e
que possui remotas chances de vencer o pleito, defende abertamente a
criminalização da homofobia no país.
Apesar do casamento igualitário
garantido pelo Supremo Tribunal Federal, das decisões judiciais favoráveis à mudança do nome
social pelas pessoas trans, e da realização do processo transexualizador
realizado pelo sistema público, a população LGBT brasileira encontra-se
absolutamente desprotegida pelos poderes legislativo e executivo, e parece que
assim permanecerá pelos próximos quatro anos.
O último país do mundo a
libertar os negros da escravidão, tende a repetir o erro, desta vez negando a
plena cidadania a sua população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e
travestis.
Para maiores informações (em português) acesse:
http://www.sdh.gov.br/noticias/2013/junho/numero-de-denuncias-de-violencia-homofobica-cresceu-166-em-2012-diz-relatorio
CONTATOS:
Instituto PAPAI: Felipe Medeiros | + 55 81 95080828 |
felipemedeiroz@gmail.com
Gema/UFPE: Benedito Medrado | beneditomedrado@gmail.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSó ecapa mesmo Luciana Genro, né?
ResponderExcluirhttp://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/09/eduardo-jorge-e-luciana-genro-salvam-debate.html