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Bloco do Laço Branco mobiliza homens pelo fim da violência contra a mulher

Desfile do bloco na quinta-feira (27/02), a partir das 16h, abre as atividades da Campanha do Laço Branco em 2014. Concentração será na Praça do Arsenal.

Bloco de Carnaval mobiliza homens pelo fim da violência contra a mulher. Desfile do bloco na quinta-feira (27/02), a partir das 16h, abre as atividades da Campanha do Laço Branco em 2014. Concentração será na Praça do Arsenal.


Utilizando o período carnavalesco para falar de violência contra a mulher aos foliões do sexo masculino e assim incentivá-los a abraçar essa causa, não só no Carnaval, mas durante o ano inteiro, o Bloco do Laço Branco desfila pelas ruas do bairro do Recife, nesta quinta-feira (27/02), às 16h, com concentração na Praça do Arsenal. A ação marca o início da Campanha Brasileira do Laço Branco em 2014, sob o lema “No jogo da violência, não há vencedores!”, em referência a Copa do Brasil. Durante o trajeto, ao som de uma orquestra de frevo, serão distribuídos dez mil fitinhas da campanha, leques, adesivos e materiais informativos sobre a Lei Maria da Penha. A ação é promovida pelo Instituto PAPAI, Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (Gema) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Núcleo Pernambuco da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso-PE).

A Campanha Brasileira do Laço Branco tem o objetivo geral de sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher, em consonância com as ações dos movimentos organizados de mulheres e de outros movimentos que buscam equidade e direitos humanos. “Violência contra as mulheres é um problema de todos, portanto o enfrentamento dessa questão deve envolver tanto mulheres como homens, em ações que possam dar visibilidade ao problema e para pensar medidas preventivas e coercitivas. Além disso, é necessário reconhecer que existem muitos homens que cometem violência, mas há um número muito maior daqueles que rejeitam qualquer forma de violência e discriminação contra as mulheres”, afirma o professor da UFPE Benedito Medrado, um dos fundadores da campanha no Brasil.

A escolha do lema “No jogo da violência, não há vencedores” para este ano, propõe relacionar a copa mundial de futebol a um momento de reflexão e não apenas de diversão. “É preciso pensar criticamente sobre os problemas que envolvem a cultura machista, em que a violência contra a mulher é uma faceta triste desse jogo”, observa o coordenador executivo do Instituto PAPAI, Sirley Vieira.

Ao longo do ano, a Campanha do Laço Branco desenvolverá um plano de ação que envolve ainda mobilizações comunitárias, ações em escolas, ações em empresas com contingente expressivo de homens, cursos de formação para profissionais que atuam na rede de enfrentamento à violência contra a mulher, pesquisas e diversas ações de comunicação.

A Campanha do Laço Branco é organizada por um comitê formado por organizações de todo o país: Instituto PAPAI; Núcleo de Pesquisas Gema (Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPE); Instituto Promundo (RJ), Instituto NOOS (RJ), Ecos e Coletivo Feminista (SP), Núcleo Margens/UFSC e Themis (RS).


Números da violência contra a mulher
  • No Brasil, no período de 2001 a 2011, estima-se que mais de 50 mil mulheres foram assassinadas, o que equivale, aproximadamente, a cinco mil mortes por ano, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Acredita-se que grande parte destes óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, já que quase um terço deles ocorreram no domicílio.
  • Ainda segundo o Ipea, as regiões Nordeste (6,90), Centro-Oeste (6,86) e Norte (6,42) tiveram as taxas de feminicídios mais elevadas, por 100.000 mulheres. Pernambuco (7,81) foi o quinto estado com maior taxa de mulheres assassinadas, ficando atrás do Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84) e Roraima (8,51).
  • 36% dos homicídios ocorreram nos finais de semana. Os domingos concentraram 19% das mortes.
  • Em 2012, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) registrou 732.468 atendimentos (pedido de informações, reclamações, elogios, sugestões, telefonia, serviços e relatos de violência), o que representa uma média de dois mil registros por dia. Em comparação com 2011, verificou-se um aumento de quase 11% no total de registros.
  • Do total das ligações, 12% (88.685) foram relatos de violência, perfazendo um total de mais de 240 por dia. A violência física continua sendo o tipo de violência mais relatado com 50.236 registros. Dentre as demais violências coibidas pela Lei Maria da Penha (11.340/06), os atendimentos apontam: psicológica em 24.477 (27,60%) dos registros informados, moral em 10.372 (11,70%), sexual em 1.686 (1,90%) e patrimonial em 1.426 (1,60%).

Contatos:
Sirley Vieira (Instituto PAPAI) – Fone: (81) 82551627 / 8836.8043 / 3271.4804
Telma Low e Túlio Lopes (GEMA/UFPE) – Fone: (81) 8896-6229 / 9990-3013
Fernanda Ximenes (Abrapso - PE) – Fone: (81) 9699 9662
Benedito Medrado (UFPE): (81) 9922.9922


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